Não tenham medo das perseguições, pede Papa em homilia
Missa na Casa Santa Marta
sexta-feira, 4 de abril de 2014, 7h50
Na Missa de hoje, Santo Padre recordou a situação dos cristãos que são perseguidos por causa da fé
Da Redação, com Rádio Vaticano
Não temer as perseguições, pede Papa em homilia
O caminho de quem segue o Senhor passa pela Cruz, lembrou o Papa / Foto: L’Osservatore Romano
Quando se anuncia o Evangelho, vai-se ao encontro das perseguições. Foi o que afirmou o Papa Francisco, na Missa desta sexta-feira, 4, na Casa Santa Marta. O Pontífice destacou que hoje, talvez, haja mais mártires que nos primeiros tempos da Igreja, e exortou os fiéis a não terem medo de incompreensões e perseguições.
O coração dos ímpios que se afastam de Deus querem apropriar-se da religião. Papa Francisco desenvolveu a homilia partindo do trecho do Livro da Sabedoria, na Primeira Leitura. Ele observou que os inimigos de Jesus preparam-lhe armadilhas, porque Ele se opunha às suas ações. Em toda a história da salvação, os profetas foram perseguidos, lembrou Francisco
“O Evangelho de hoje é claro, não? Jesus se escondia, nesses últimos dias, porque ainda não tinha chegado a Sua hora, mas Ele sabia qual seria o Seu fim. Ele foi perseguido desde o início. Recordemos quando, no começo de Sua pregação, Ele volta ao Seu país, vai à sinagoga e prega; logo depois de uma grande admiração, as pessoas começam a dizer: ‘Mas este sabemos de onde é. Este é um de nós. Mas com que autoridade vem nos ensinar? Onde estudou?’”, lembrou o Papa.
Isso acontecia, segundo explicou Francisco, porque Jesus saía e fazia sair daquele ambiente religioso fechado, daquela gaiola. O Papa prosseguiu dizendo que o profeta luta contra as pessoas que engaiolam o Espírito Santo; são perseguidos ou incompreendidos, deixados de lado. E essa situação não terminou com a Morte e Ressurreição de Cristo, mas continuou na Igreja. Como exemplo, o Papa citou a vida dos santos, que foram submetidos a tantas perseguições e incompreensões, porque foram profetas.
“Todas as pessoas que o Espírito Santo escolhe para dizer a verdade ao povo de Deus sofrem perseguições. E Jesus é justamente o modelo, o ícone. Ainda hoje, os cristãos são perseguidos. Ouso dizer que há tantos ou mais mártires agora do que nos primeiros tempos, porque a esta sociedade mundana, a esta sociedade um pouco tranquila, que não quer problemas, dizem a verdade, anunciam Jesus Cristo”.
Francisco recordou a situação de tantos cristãos que vivem em países nos quais é proibido manifestar a fé. Ele contou que um católico que mora em um desses países lhe disse que não se pode rezar juntos, somente sozinho e escondido. Para celebrar a Eucaristia, fingem que estão em uma festa de aniversário e ali celebram o sacramento e, quando vêem os policiais chegarem, escondem tudo e continuam com a festa.
Essa história de perseguição, segundo o Papa, é o caminho daqueles que seguem o Senhor, um caminho que termina sempre como Ele: com a Ressurreição, mas passando pela cruz. O Santo Padre dirigiu seu pensamento ao padre Matteo Ricci, evangelizador na China, que não foi compreendido, mas obedeceu como fez Jesus.
“Sempre existirão perseguições, incompreensões! Mas Jesus é o Senhor e este é o desafio e a cruz da nossa fé! Que o Senhor nos dê a graça de seguir pelo seu caminho mesmo se isso acontece com a cruz das perseguições”.

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