9º dia #NovenaDePentecostes - Capacitados para Servir


Leitura do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos, capítulo 16, versículos de 12 a
18.


 Reflexão Catequética


Pentecostes é uma graça constitutiva - “que faz parte” - do grande mistério pascal, pelo qual o Filho - o Verbo de Deus encarnado - obteve para nós a remissão de nossas faltas e a garantia de participação na vida eterna, na comunhão com a Trindade Santa, Deus tem um propósito especial e muito definido ao nos dar o seu Espírito Santo: tornar possível a continuidade da graça da salvação para todas as gerações que se sucedem à morte e ressurreição de Cristo (cf. DIM, 1; DeV, 22 e 67). “ Recebereis o poder do Espírito Santo e então sereis minhas testemunhas [...] até os confins do mundo”, nos esclarecia Jesus (cf. At 1,8). “Assim como o Pai me enviou, assim estou enviando vocês [...]: recebam (para isso) o Espírito Santo! E o que vocês perdoarem, estará perdoado (cf. Jo 20, 21-23). O Espírito, pois, nos é dado não apenas como “penhor da nossa herança” eterna (cf. Ef 1 13-14; Gl 4, 6-7, Ti 3, 5-7), mas também para que posamos testemunhar a respeito da obra de Jesus (cf. Jo 15,26-27). “... é missão do Espírito Santo também o transformar discípulos em testemunhas de Cristo” conforme nos recorda João Paulo II, em sua Encíclica Catechese Tradendae, n. 72.

O Catecismo da Igreja católica (n.683) nos diz que “sem o Espírito não é possível ver o Filho de Deus, e sem o Filho, ninguém pode aproximar-se do Pai, pois o conhecimento do Pai é o Filho, e o conhecimento do Filho de Deus se faz pelo Espírito Santo.” E Paulo VI, em sua Encíclica Evangelli Nuntiandi, n.75, nos ensina que “nunca será possível haver evangelização sem a ação do Espírito Santo [...] Ele é aquele que, hoje ainda, como nos inícios da Igreja, age em cada um dos evangelizadores que se deixa possuir e conduzir por ele, e põe na sua boca as palavras que ele sozinho não poderia encontrar, ao mesmo tempo que predispõe a alma daqueles que escutam, a fim de a tornar aberta e acolhedora para a Boa Nova e para o reino anunciado. As técnicas da evangelização são boas, obviamente; mas ainda as mais aperfeiçoadas não poderiam substituir a ação discreta do Espírito Santo. A preparação mais apurada do evangelizador nada faz sem ele. De igual modo, a dialética mais convincente, sem ele, permanece impotente em relação ao espírito dos homens. 

E, ainda, os mais bem elaborados esquemas com base sociológica e psicológica, sem Ele, em breve se demonstram desprovidos de valor.” Ou seja, é possível ter-se uma abundância de programas, de planejamentos, de projetos, e até de boas intenções, mas se não levarmos em conta, de modo efetivo e experiencial (e não apenas com retórica sociológica e teológica) a participação livre e soberana do operar do Espírito, podemos fazer muito barulho e colher poucos resultados em nosso trabalho de evangelização. Quem não leva à missão os recursos do poder do Espírito, dá de si mesmo; e o que nós temos a oferecer é sempre pouco para tocar o coração dos homens - uma vez que a mensagem cristã contém elementos que vão além da simples capacidade de compreensão intelectual, racional, dos seres humanos.

Desde os primórdios da evangelização, Paulo ressaltava: “O nosso Evangelho vos foi pregado não somente por palavra, mas também com poder, com o Espírito Santo e com plena convicção. Sabeis o que temos sido entre vós para a vossa salvação” (1 Tes 1, 5). E mais: “Também eu, quando fui ter convosco, irmãos, não fui com o prestígio da eloqüência nem da sabedoria anunciar-vos o testemunho de Deus. Julguei não dever saber coisa alguma entre vós, senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado. Eu me apresentei em vosso meio num estado de fraqueza, de desassossego e de temor. A minha palavra e a minha pregação longe estavam da eloqüência persuasiva da sabedoria; eram, antes, uma demonstração do Espírito e do poder divino, para que vossa fé não se baseasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus” (1 Cor 2,1-5)

O Concílio Vaticano II, em seu documento sobre o apostolado dos leigos (Decreto Apostolican Actuositatem, n. 3), advertia: “Impõe-se pois a todos o dever luminoso de colaborar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e acolhida por todos os
homens em toda a parte. Para exercerem tal apostolado , o Espírito Santo - que opera a santificação do povo de Deus por meio do ministério e dos sacramentos - confere ainda dons peculiares aos fiéis (cf. 1Cor 12,7), “distribuindo-os a todos, um por um, conforme quer” (1 Cor 12, 11), de maneira que “cada qual, segundo a graça que recebeu, também a ponha a serviço de outrem” e sejam eles próprios “como bons dispensadores da graça multiforme de Deus” (1 Pd 4, 10), “para a edificação de todo o corpo na caridade” (cf. Ef 4,16). A obra da Salvação é uma obra de Deus. E para realizar e cooperar com a obra de Deus, precisamos do poder de Deus, conforme nos foi prometido e dado (At 1,8). Assim como é louvável buscarmos o mais frequentemente possível a comunhão com o Senhor na Eucaristia, de igual modo é salutar pedirmos ao Senhor que nos batize, que nos sature constantemente com seu Espírito, capacitando-nos adequadamente para a missão. Abrir se, pois, ao Espírito Santo e aos seus dons e carismas é a forma concreta de nos deixarmos interpelar por Sua Palavra e respondermos com fé e generosidade ao chamado  que Deus, privilegiadamente, nos fez em Jesus Cristo , pelo Espírito! Amém!

Oração 

A - Graças, Senhor, pelo teu Pentecostes, que se renova mais e mais agora. Sabemos que
é chegada a tua hora, e que dispensas os teus dons em profusão...
B - Dá-nos também um Pentecostes que nos abale, que nos sacuda... Um rápido tufão que
da nossa pequenez nos desinstale;
que leve, uivando, a bagatela, o lixo odioso, e ponha à prova das nossas tendas a firmeza.
A - Dá-nos um Pentecostes que nos derrube ao chão, como um vento conquistador,
impetuoso;
mas que saneie o charco e corte a estrada que nos conduza à segurança e à certeza.
B - Dá-nos um novo Pentecostes, vendaval que arrombe portas e janelas: um sinal para
sairmos de nós, e aos outros dar entrada;
que sobre o mundo nos dê outro cenário sem os espelhos do nosso santuário que só nos
refletem a nós: a nós e o nada!
A - Dá-nos um novo Pentecostes, de abrasar, para a nova de Jesus anunciar aos
pequeninos, aos que choram e têm fome, para que cresçam e riam, em teu nome!
Má nova aos grandes, cuja vida é um não.
Sejam todos pequenos, em teu nome, e chorem, para obter o teu perdão.
B - Dá-nos um novo Pentecostes, fogo e chama, que queime em nós o erro e a
mesquinhez, rasgando a selva e secando a lama... fazendo ver com nova limpidez visões
de apocalipse e de verdade: tua verdade, serena, a uma só: a vida que é nossa, na
Trindade... e, além do pó, um encontro já marcado: a eternidade!
A - Dá-nos um novo Pentecostes, que, além disto, purifique o ouro em nós, até brilhar e
refletir no mundo Jesus Cristo.
B - Dá-nos um novo Pentecostes, que faça ardente tocha da tua igreja. Firmados nessa
rocha o mal não poderá nos arrastar.
T - Renova-a dia-a-dia, para que mais e mais dê glória a Deus, para que mais e mais
sejamos teus, até o renascer na Parusia!

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